segunda-feira, 2 de julho de 2012

Geoglifos na Amazônia



 "... Alguns geoglifos têm idade presumida de até dez mil anos e chegam a medir centenas de metros de diâmetro. No Acre, começaram a ser descobertos em pesquisas arqueológicas no final dos anos 1970".


Reprodução de reportagem do site Terra Magazine.

Pesquisadores descobriram mais 20 geoglifos durante sobrevoo nas margens da BR-317, entre os estados do Acre e Amazonas, o que eleva para mais de 300 a ocorrência dessas formas geométricas no solo da Amazônia Ocidental, localizadas principalmente nas bordas de planaltos nos vales dos afluentes a sudeste do Rio Purus.


Os geoglifos são estruturas arqueológicas com desenhos geométricos de vários formatos (linhas, quadrados, círculos, animais e até formas humanas), existentes em diversas partes do mundo. No Acre, só se tornaram visíveis após a derrubada da floresta. Segundo os estudiosos, os “desenhos” descobertos na Amazônia Ocidental são obras de povos antigos e desconhecidos.


Alguns geoglifos têm idade presumida de até dez mil anos e chegam a medir centenas de metros de diâmetro. No Acre, começaram a ser descobertos em pesquisas arqueológicas no final dos anos 1970.

O Blog da Amazônia obteve com exclusividade duas imagens da nova descoberta de geoglifos. A primeira é de um geoglifo considerado "complexo" pelos pesquisadores, com caminhos paralelos, delimitados por muretas, situado a aproximadamente 20 quilômetros de Boca do Acre (AM), na margem direita do Rio Purus.

A segunda imagem, é de um geoglifo quadrado duplo, na margem direita da BR-317, próximo da divisa Acre-Amazonas, na bacia do Rio Iquiry, onde aparece formação de pastagem e as árvores de castanheiras mortas ainda em pé.

A descoberta, registrada na semana passada, aconteceu 10 dias antes da realização de um simpósio internacional de arqueologia que comemora os 35 Anos de descobertas dos geoglifos, a ser realizado de 27 a 30 de junho no Centro Cultural do Tribunal de Justiça, em Rio Branco (AC).

O seminário reúne pesquisadores do Brasil, Finlândia, Espanha, Inglaterra, Escócia e EUA. Eles vão expor estudos da presença humana de 2 mil anos na região, além de aspectos científicos, culturais, legais, com enfoque na preservação do patrimônio histórico do legado, e turísticos, com vistas à sustentabilidade das ocorrências arqueológicas.

Na semana passada, uma decisão liminar da Justiça Federal do Acre determinou que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) realize, no prazo de seis meses, o tombamento dos geoglifos.

O Ministério Público Federal do Acre recorreu à Justiça pelo tombamento dos geoglifos para que sejam incorporados ao patrimônio cultural brasileiro, protegendo-os da destruição que poderia ser causada por atividades de exploração, plantios, construção de estradas, entre outras atividades.

O Iphan no Acre anunciou que pretende recorrer da decisão por considerar insuficiente o tempo concedido para tombamento, embora a pressão do MPF nesse sentido já dure quase cinco anos.

Para o superintendente do Iphan no Acre, DeyvessonGusmão, a ação do MPF é desnecessária porque os geoglifos já estão protegidos pela Constituição por serem patrimônios na União e serem considerados parte integrante patrimônio cultural brasileiro.



Datações radiocarbônicas sugerem que a ocupação dos geoglifos ocorreu entre 2 mil e 700 anos e que "a construção desses aterros geométricos pode ter sido um fenômeno regional compartilhado, especialmente entre os povos Arawak e os Tacana, por eles usados para reuniões, atividades religiosas e, em alguns casos, como locais de moradia".

As pesquisas sobre geoglifos são liderada pela arqueóloga Denise Schaan (Universidade Federal do Pará), Martti Pärssinen (Instituto Iberoamericano de Finlândia) Sanna Saunaluoma (Universidade de Helsinki), Alceu Ranzi (Universidade Federal do Acre), Miriam Bueno (Universidade Federal de Goiás e Antonia Barbosa (Universidade Federal do Pará).

O II Simpósio Internacional Arqueologia da Amazônia Ocidental – Geoglifos do Acre – 35 Anos de Descobertas, vai homenagear Ondemar Ferreira Dias Jr. e Franklin Levy. Foram os dois arqueólogos que realizaram a descoberta dos geoglifos no Acre, durante uma expedição em 1977.

Naquela expedição, o estudante de Geografia da Universidade Federal do Acre, Alceu Ranzi, trabalhou como auxiliar de campo. Posteriormente, em 1986, Ranzi voltou a se encantar pelos geoglifos ao observar da janela de um Boeing as formas geométricas desenhadas no chão de uma fazenda que havia substituído a cobertura florestal pelo pasto.

O relato de Ondemar Ferreira Dias Jr., Franklin Levy e Alceu Ranzi – "As primeiras pesquisas arqueológicas no Acre" – abre o simpósio no dia 27, às 20h, na capital do Acre.

Google Earth

Usuários do Google Earth ou Maps Google podem apreciar alguns dos geoglifos do Acre, a partir das seguintes coordenadas: (10°12′13.32″S 67°10′18.09″W), (10°22′1.61″S 67°43′24.89″W), (10°18′24.51″S 67°13′12.50″W), (10°13′49.01″S 67° 7′26.71″W), (10°17′14.08″S 67° 4′32.97″W), (10°13′5.25″S 67° 9′28.94″W), (10°18′ 06.64″S 67° 41′41.55″W), (10°11′27.65″S 67°43′20.11″W).


Tudo exposto acima corrobora o que eu já havia dito. Que em diversas partes do mundo encontramos vestígios de civilizações antigas e avançadas em sua cultura, anteriores às nossas antigas civilizações clássicas. Platão as descrevia como Atlântida, que desbravavam os mares muito antes das demais. E volta e outra sempre se encontram vestígios delas na Amazônia.

O assunto é bem mais complexo, deixe seu comentário com sua contribuição sobre o tema.





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